Segunda feira, dia 16 de agosto. Dia do segundo Palio de Siena. O primeiro acontece em Junho (veja mais sobre o Palio aqui e aqui). Mas esse foi especial, afinal minha primeira vez no evento.
Acordamos cedo e saímos logo depois do café. Pegamos a estrada até Firenze e depois a SiFi. Estávamos em direção à Siena. Chegamos ainda cedo, mas a cidade já estava lotada. Não tinha lugar para parar o carro. Eram tantos automóveis na cidade que até aqueles cantinhos impossíveis de que se caiba um carro, lá tinha um. Rodamos a cidade inteira, só achamos um estacionamento meio vazio láaaaaa em baixo (pois a cidade é em cima de uma colina), no acesso à Porta Tuffi.
Para chegarmos ao centro da cidade tínhamos um ônibus para aliviar a subida, o que pegava era ver o quanto ele subiu sabendo que no horário da nossa volta não teríamos mais essa “ajudinha”. Os ônibus terminam seus trabalhos por volta das 20h, horário este que com certeza ainda estaríamos no Palio.
Logo que chegamos na cidade, fomos à Piazza del Campo, o local do Palio, que ainda estava com cadeiras e mesas para o almoço daquelas pessoas que foram assistir o evento. É, nós almoçamos uma deliciosa pizza de Margherita, que muito difere da nossa aqui no Brasil, bem onde os cavalos iriam passar, faltavam ainda algumas horas. Tivemos que almoçar logo pois o pessoal do restaurante tinha que arrumar tudo bem antes da hora do inicio do evento, pois há um cortejo inicial na mesma estrada.
Foi nesse restaurante que conhecemos a Adriana, do blog Around Tuscany. Ela estava em um grupo e sabendo da nossa ida ao Palio combinamos nos encontrar e finalmente nos conhecer. Almoçamos todos e fomos passear pela cidade abarrotada de pessoas.
Entre uma ruela e outra, tivemos a alegria de ver passar os cortejos de algumas das contradas bem no nosso caminho. Tínhamos que nos espremer perto da parede para que eles pudessem passar. Que alegria, que cor e magia!!! Confesso que minha alegria maior foi ver a minha contrada de coração, Nicchio, passar com seus “nobres” vestidos com aquelas roupas de época e festa.
O Duomo estava aberto à visitação sem precisarmos pagar para entrar. É isso mesmo, quando não há missa o Duomo passa a ser uma espécie de museu (continua mesmo tendo missa, mas aí as pessoas vão para rezar e não para ficar conhecendo as obras que estão alí espostas). Mas nesse dia, por causa do Palio, ela estava aberta. Como o cavalo vencedor logo após o Palio vai à essa Igreja, o chão onde normalmente vemos várias esculturas em mármore com os desenhos das contradas, estava coberto por placas de madeira.
Logo na frente do Duomo vimos uma apresentação, duelos mesmo, dos sbandieratori (veja um post sobre eles aqui). Muito emocionante, vê-los tão concentrados e ao mesmo tempo alegres para essa festa tão linda. E ao lado de onde estávamos vimos uma grande quantidade de policiais organizando o evento.
Depois de mais umas andadas, fomos então para o tão esperado momento. Eram quase 19h da noite, com o sol ainda lá em cima sem dar sinal de saída. É incrível ver milhares de pessoas juntas passando por um local super estreito e sem a preocupação de que algo vá sair errado. Aos poucos fomos andando e chegando dentro da praça. Essa parte de entrar-mos todos por uma unica viela é que a partir de um determinando horário, lá é o único portão ainda aberto.
Chegar na praça é incrível. Tanta gente, que pensando quando olhamos antes a quantidade, parece que a praça não vai dar pra tantos, mas chegando lá, o espaço é tão grande que ficamos completamente confortáveis. Em pé, mas sem aperto ou empurrões.
Como falar dessa experiência é tão densa, não percam os próximos posts com mais relatos sobre o meu primeiro Palio. Até lá!!
*Fotos arquivo pessoal