Hoje vamos conhecer mais uma das pitorescas cidades toscanas, agora é a vez de Pitigliano. Mas essa é uma cidade diferente das outras, sua arquitetura se diferencia das demais da região. É mais parecida com a região vizinha Lazio. Com pequenos riachos e uma área densa de floresta.
Localizada no alto de um monte formado a partir de magma vulcânico a 313 metros acima do nível do mar, a cidade de Pitigliano foi fundada pelos etruscos e mais tarde, no início do século XIII, pertenceu à família Aldobrandeschi passando a ser capital do condado.
Posteriormente, em 1293 o município passou à família Orsini, época que marcou o início de cento e cinquenta anos de guerra contra Siena. Mais tarde entrou no poderio dos Medici e a cidade foi absorvida pelo Grã- Ducado da Toscana e posteriormente ao Reino Unido da Itália.
Mas porquê “Uma Jerusalém Toscana”? Pitigliano era chamada de lar dos judeus. Em meados do final do século XV ela tornou-se um importante centro de refúgio deles, todos fugidos da Primeira Grande Guerra.
Nela as familias judias podiam viver livremente, puderam envolver-se com atividades comerciais, prestamistas e até alguns viraram banqueiros.
A convivência e tolerância entre a população judaica e os cristãos era tão intensa que a pequena cidade era chamada de “Pequena Jerusalém”.
No entanto devido às mudanças nas condições econômicas e sociais no século 20 foram o fator determinante para a lenta e gradual emigração de judeus de Pitigliano para as cidades e grandes centros urbanos, até as leis raciais e perseguições dos últimos anos da Guerra Mundial acelerou o fim da comunidade tendo como o ápice do colapso o fechamento da Sinagoga em 1960.
Mas apesar de tudo, mesmo durante a guerra muitos judeus foram salvos graças à generosa proteção da população local que ofereceu refúgio e assistência apesar dos riscos.
A influência judaica foi tão intensa na vida social e cultural da cidade que até hoje encontramos resquícios dessa época:
A Sinagoga, que foi construída em 1598 – O prédio foi danificado, durante os bombardeios na última guerra mundial e foi recentemente restaurada pela administração do município e retornou para o culto judaico
O Museu Judaico de Cultura, O Gueto – o banho ritual para as mulheres, a adega eo açougueiro (Kosher vinho e carne, a roupa velha e para o pão da padaria judaica (azzime)
O açougueiro kosher – inteiramente esculpido na rocha de magma
O Banho Milkve – um ato de purificação da cultura judaica também esculpido na rocha de magma
O Forno do Azzime (pão judaico) – Há um portão na entrada do forno, caracterizado por uma grade em forma de uma menorá (candelabro com sete braços)
A adega – Nas laterais as bases para os barris são ainda visíveis, assim como outros recipientes de vinho kosher.
O Cemitério Judaico – feito na segunda metade do século XVI quando Nicolau IV Orsini deu um pequeno pedaço de terra para seu médico pessoal judeu, Pomis de Davide, que enterrou sua esposa no local.
E finalmente ainda encontramos por lá uma associação de judeus que por poucos que ainda sejam, que resolveram permanecer na cidade, não deixaram suas raízes e preservam tanto a sua cultura quanto a história de Pitigliano.
* Foto 1 – www.rentalsaturnia.com
Foto 2 – www.wsl.ch
Foto 3 – www.trekearth.com
Foto 4 – www.tuscany-villarental.net